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Infecção pelo vírus ZIKA: manejo clínico e prioridades de pesquisa
Infecção pelo vírus Zika é uma doença viral aguda transmitida por mosquito e causada pelo flavivirus Zika virus (ZIKV). ZIKV foi isolado pela primeira vez em 1947 em macacos Rhesus na floresta de Zika (Uganda). Infecção em humanos foi inicialmente demonstrada por estudos sorológicos (1956) e posteriormente o vírus foi isolado de amostras humanas em Uganda e Nigéria (1969). Inquéritos sorológicos posteriores sugeriram uma dispersão geográfica mais complexa, incluindo sua presença em vários países africanos e asiáticos. Em 2007, o primeiro surto de ZIKV fora de sua área usual circulação teve lugar na ilha de Yap (Micronésia), onde foram notificados 185 casos suspeitos. Posteriormente (2013) foi reportado um grande surto na Polinésia Francesa com mais de 30.000 casos. ZIKV é uma doença infecciosa emergente com potencial de rápida disseminação para novas áreas onde seu vetor, o mosquito do gênero Aedes, esteja presente.
O curso da doença é geralmente leve e os sintomas consistem em erupções cutâneas pruriginosas (geralmente maculopapular), febre, conjuntivite, dores de cabeça, artralgia, mialgia e astenia. A infecção por Zika pode ser indistinguível de dengue, chikungunya ou outras infecções virais com febre e / ou erupção cutânea. Infecções assintomáticas parecem comuns e estima-se que apenas uma em cada quatro pessoas infectadas com ZIKV desenvolver sintomas.
Desde o início de 2015, casos de Zika autóctones foram relatados na região do Pacífico (Samoa, Fiji, Nova Caledônia, Ilhas Salomão e Vanuatu). Transmissão autóctone do ZIKV tem sido relatada no Brasil desde abril de 2015 e até 17 de Dezembro de 2015, nove países das Américas, além do Brasil, informaram transmissão ZIKV (Colômbia, El Salvador, Guatemala, México, Panamá, Paraguai, Suriname, Honduras e Venezuela). Cabo Verde também relatou mais de 1.000 casos suspeitos recentemente.
Em novembro de 2015, o Ministério da Saúde do Brasil registrou um aumento anormal em casos de microcefalia, com um nexo de causalidade entre a infecção por Zika durante a gravidez e anormalidades congênitas. 2.401 casos de microcefalia estão sob investigação no Brasil (Dezembro de 2015), com 134 casos confirmados relacionados à infecção pelo Zika vírus. Investigações estão em curso para avaliar uma possível relação entre ZIKV e síndrome de Guillain-Barré e outros eventos neurológicos.
ECDC: atualização epidemiológica
http://ecdc.europa.eu/en/healthtopics/zika_virus_infection/Pages/index.aspx
CDC: informação geral e para os profissionais de saúde
http://www.cdc.gov/zika/
OPAS / OMS: vigilância Zika em Américas
http://www.paho.org/hq/index.php?option=com_topics&view=article&id=427&Itemid=41484&lang=en
Ministério da Saúde: investigação microcefalia e manejo clínico.
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/197-secretaria-svs/20799-microcefalia